Crítica de dois filmes, indicação de três livros, ótimas músicas para baixar, fofocas e últimos trabalhos importantes, alguns clichês, a personalidade do momento, uma sessão de piadinhas, dicas de comportamento pra não afugentar o próximo e a crônica final: um relato pessoal cheio de trocadilhos e “pseudos” momentos de alma. Qualquer amigo, qualquer almoço, qualquer telefonema, qualquer encontro de galera animada, qualquer papo virtual, qualquer café com alguém cabeça, se parece com qualquer revista chata. Uns são Nova e outros Bravo. Mas não passam de papel com brilho. Viram lixo na semana seguinte, na hora de pintar as paredes ou da Lolita mijar. Todo e qualquer ser humano cheio de ideias não passa de um jornalista mala em começo de carreira querendo montar uma revista sensacional e inédita que o mundo inteiro já montou. Tá todo mundo falando, falando, falando a mesma coisa de sempre. Do mesmo jeito de sempre. E comendo as mesmas garotas de sempre. Com a ressaca de sempre. Com a vontade de morrer de sempre. E o alpino melhorando a vida por alguns segundos depois da massa ruim de microondas ou da rebarba de gordura no peito de peru light.
As regras do jornalismo. Sempre as datas, lugares e filiações. Sempre os sonhos pra daqui dez e há dez. Sempre os personagens simples das esquinas e a necessidade povo de ser. Até o ônibus te fechar e o Hitler "baixar" em você. Isso ninguém publica ou fala. Igual, igual, igual. Um lugar pra chamar de seu. A mina da vez. Mil lugares pra se matar antes de morrer. A volta por cima. Ele veio pra ficar. O mundo é uma revista chata e igual.
A banca de jornal tem cara de boteco cheio na Vila Madalena. Uma solidão profunda. Mil assuntos gritados egoicamente e todo mundo se perguntando em silêncio se já pode ir embora sem parecer um maluco que fica em casa fritando a cabeça. As gordas gostosas de obra usando sandálias de plataforma e encantando os super bem sucedidos profissionais assistentes de firma falida. Hmm, hoje vai rolar um sexozinho gostoso com uma bunda falante. A VIP nem colunista tem mais. E infinitas mesas de cariocas ultra felizes ainda que mais da metade ali nunca tenha pisado no Rio e só ache sexy fazer chiados ou falar garçom com sotaque menos caipira. Bancas de jornais, com as revistas penduradas pra fora, voando um pouco pelas laterais, quase no seu colo, “splashs” implorando pra serem levados, tudo grita, uma explosão de cor que acaba num cinza amorfo. Cadeiras pra fora dos botecos. Tudo igual. Um segundo ali e você acaba comprando um assunto chato pra se distrair, ocupar os dedos folheando e não beliscando o centro do peito como a tal da ave que comia um fígado. O fingimento da não angústia compartilhada chega tão perto da alegria que a coisa volta pra você numa tristeza ainda pior. Coxinha com bebida mesa capenga e elogio falso. Azia arrependida mas melhor que o oco. Qualquer merda dentro da gente é melhor do que o nada. Vomitar o nada seria conhecer um universo paralelo que nem dá pra passar pelo pensamento. Então vomitemos coxinhas. Moça bonita na capa na lata de lixo. Chorume na coluna do psiquiatra das estrelas. Chato, chato, chato. Por isso, e só por isso, ainda insisto na amizade com quem, livre de parecer ou ser ou se sentir qualquer coisa, fala de pum. Ao resto das revistas todas, dedico breves encontros enquanto estou cagando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário